Dia 28 de Outubro, quinta-feira, conferência online: O Estudo Histórico e Arqueológico das «Terras Secas»no al-Andalus (sécs. VIII-XII) Jesús Brufal Sucarrat (Universitat Autònoma de Barcelona) Das 18h00 às 20h00 Ligação ZOOM Meeting ID: 991 3234 8087 Passcode: m2CsFk Descarregar cartaz |
APRESENTAÇÃO «La pure répétition, ne changeât-elle ni une chose ni un signe, porte puissance illimitée de perversion et de subversion.» Jacques Derrida À continuidade pela repetição atribuiriam os latinos da época clássica a designação de traditio, tradere, com o sentido de «entregar», «passar adiante» aquilo que deveria continuar, sinónimo de renovare, isto é, «repetir», «refazer», «repor»; o nouo e a nouitas designavam a novidade e de certo modo a inovação, numa pluralidade de sinónimos. Esses termos chegariam depois ao galaico-português, ao português e ao castelhano, evoluindo ao longo dos tempos, mas mantendo a sua unidade de sentido. Aquilo que entendemos no século XXI por repetição e inovação é, no entanto, simultaneamente próximo dessas utilizações e também já algo distinto. Utilizar estes conceitos, partindo do sentido que hoje lhe atribuímos, para pensar a Idade Média será, por isso, entrar no domínio do anacronismo? Ou será antes uma forma válida de interrogar uma época com ferramentas que não lhe são totalmente estranhas? Podemos, no entanto, falar de uma repetição pura e de uma tradição que ignore todo e qualquer elemento novo? Ou, no sentido inverso, de uma inovação pura, uma novidade, que possa ter ignorado tudo o que a antecedeu? Poderão caminhar ou ter caminhado lado a lado na história do Homem? De que formas interagiram e permitiram a mudança? São estas questões, entre outras, que alimentarão as webtalks «Non nova sed nove?» Repetir, inovar e regredir na Idade Média, série de diálogos entre especialistas do período medieval.
A quinta sessão terá lugar via Zoom, no próximo dia 25 de Outubro pelas 18 horas, e terá como tema as noções de repetição, inovação e regressão no âmbito da Iconografia e Arquitetura. Para tal, contaremos com a participação da Professora Doutora Lúcia Rosas (CITCEM-FLUP) e do Professor Doutor Luís Urbano Afonso (ARTIS-FLUL).
No ano do centenário do nascimento de Jorge Borges Macedo (1921-1996), pretende-se neste seminário, organizado pelo Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aprofundar o conhecimento do pensamento e ação deste historiador, ensaísta e professor que contribuiu, de um modo marcante, para a renovação da historiografia portuguesa e de outras ciências sociais do século XX. Autor de uma obra multifacetada, desenvolveu e integrou perspetivas e problemas que vão da economia e da política à diplomacia, passando por temas de história social e cultural, historiografia e teoria da história. E que, do ponto de vista da abrangência cronológica, começando por incursões aprofundadas nos séculos XVIII e XIX se foi alargando sucessivamente a temporalidades mais amplas, que vão do período medieval ao século XX. Sempre preocupado em estudar e compreender o passado das sociedades humanas na sua complexidade e diferença em relação ao presente, questionou conceptualizações e modelos redutores. Entre os seus trabalhos mais relevantes, destaquem-se A situação económica no tempo de Pombal (1951); Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII (1963), Os Lusíadas e a História (1979), Alexandre Herculano. Polémica e Mensagem (1980); Damião de Góis et l'historiographie portugaise (1982), História Diplomática Portuguesa: Constantes e Linhas de Força (1987) e Portugal um destino histórico (1990). Download cartaz Mais informações (Biblioteca Nacional) Programa
Apresentação Ancorada no projeto da história atlântica, essa apresentação visa construir novas hipóteses a respeito da chegada à África de uma preparação indígena americana de milho chamada “chicha”, destacando o possível papel da diáspora africana na difusão desse conhecimento. A chicha é um preparo usado na América Central e do Sul, feito a partir da fermentação dos grãos frescos de “maíz” americano. É uma bebida muito popular pelos benefícios nutricionais que possui e, em estados de alta fermentação, é usada para cerimónias como coroações ou funerais de reis. De acordo com achados arqueológicos, o uso ritual da chicha na Bacia do Titicaca, Peru, data de 800-250 a.C. Dois mil anos depois, cronistas espanhóis do século XVI como Pedro Cieza de León, descreveram o uso vigoroso da chicha em rituais fúnebres em Nova Granada, Quito, Peru e Bolívia. Prontamente, os africanos, afrodescendentes e mestiços incorporaram essa bebida nas suas práticas cerimoniais, conforme demonstrado por vários julgamentos da Inquisição de Cartagena. Por exemplo, em 1647, a Inquisição acusou Anton Angola em Ocaña, Nova Granada (atual Colômbia), de adorar um crucifixo e oferecê-lo a uma chicha que bebia, enquanto dançava e cantava na sua língua angolana. Curiosamente, do outro lado do Atlântico, na Ilha de São Tomé, uma narrativa de 1665 descreveu que os africanos produziam um vinho chamado chicha a partir do tipo de “milho” chegado das chamadas Índias Ocidentais. Mais intrigante é saber que a reconstrução genética do “maíz” de São Tomé, Togo, Benin e Angola feita em 2013, o ligou diretamente às variedades do norte da América do Sul e em particular a variedades colombianas. Considerando que a Inquisição de Cartagena condenou muitos africanos a remar em galés que certamente voltaram aos portos africanos, a apresentação indaga como a diáspora africana retornada teria influenciado a difusão desta bebida, especialmente durante os séculos XVI e XVII, quando os navios escravistas privilegiaram a rota de São Tomé para Cartagena. Nota biográfica da conferencista
Paola Vargas realiza o pós-doutoramento Newton da Academia Britânica no King’s College do Londres. A sua investigação concentra-se em compreender as resistências contra a escravidão e as contribuições culturais das mulheres e homens africanos e afrodescendentes nas minas de ouro de Antioquia, em Nova Granada (atual Colômbia), nos séculos XVI e XVII. É colaboradora do projeto Freedom Narratives (https://freedomnarratives.org/) dedicado a disponibilizar na internet as biografias das pessoas africanas que cruzaram o Atlântico durante o período do tráfico. Fez doutorado em História Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro com um ano de pesquisa no Centro de História da Universidade de Lisboa, e mestrado em Estudos Africanos no Colégio de México.
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Candidaturas abertasPrograma Interuniversitário de Doutoramento em História: mudança e continuidade num mundo global (PIUDHist) 2023-2024
Bolsa de Doutoramento Pedro Almeida Ferreira - Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Chamadas / CallsCiclo de Seminários
2023-2024 Caminhos da Historiografia: História e Ciências Sociais dos anos 40 à atualidade Prazos: 25 de Abril e 31 de Julho ExposiçõesCiclos CH-ULisboaNewsletter CH-ULisboaSubscreva a nossa newsletter
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